Fazendo o Melhor

Certa ocasião, em São Paulo, onde morei por muitos anos, precisei atender um cliente em domicílio. Como de costume, fui pegar o ônibus na Av. Paulista, visto que morava ali perto. O ônibus estava lotado, inclusive perto do motorista, antes da catraca.

Na época, o limite para troco eram apenas 10 Reais. Qual não foi a minha surpresa quando fui pagar a passagem e descobri que estava com uma única cédula no bolso, de 50 Reais. O cobrador já foi dizendo: “Não tenho troco, meu senhor. O limite para troco são 10 Reais.”  

Daí, perguntei às pessoas ali ao redor, na área antes da catraca, onde eu mesmo ainda estava: “Por favor, alguém troca 50 Reais?” A resposta foi: “Não!”

Então, num esforço gigantesco para vencer a minha timidez, ergui o braço segurando a cédula de 50 Reais e, a plenos pulmões, bradei em direção às pessoas do outro lado da catraca: “Por favor, pessoal! Alguém aí troca 50 Reais?”

Dessa vez, silêncio fúnebre. E o ônibus em movimento. Agora, eu já precisava descer na próxima parada. Então, num tom bem amigo, educadamente, dirijo a palavra ao cobrador:

“Meu amigo, eu já preciso descer na próxima parada, que faço?” E ele, em resposta, me diz em tom compreensivo: “Sem problema, meu senhor, a gente abre a porta e o senhor desce.”  Claro que não era a minha intenção viajar de graça.

Refletindo sobre esse episódio simples da vida, em uma cidade grande e agitada como São Paulo, posso refletir sobre pelo menos três aspectos importantes da vida humana.

• Alguém sempre se dispõe a colaborar com quem faz um pouco mais que a sua parte.
• Ser cortês e usar um tom de voz amigável tem um efeito poderoso para o bem na vida de qualquer pessoa.
• Quando você faz o seu melhor, sempre existe a possibilidade de receber também o melhor.

Felizmente, aprendi cedo essas três lições de vida, e elas me beneficiam até hoje. E, igualmente, tenho visto o resultado da aplicação delas na vida de outras pessoas. Isso se dá, especialmente, nestes três ambientes: familiar, profissional e social.

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